São um património muito rico os azulejos da nossa igreja paroquial. Já todos os conhecem, mas será interessante saber um pouco mais da sua história. Descrevem-nos essencialmente cenas da vida de Santo Agostinho e os 4 evangelistas com os seus símbolos junto dos púlpitos. Os que figuram a vida de Santo Agostinho são réplicas duns quadros a óleo que estão no tecto da igreja de Marvila – Paróquia de Santo Agostinho, autoria dum famoso pintor português de meados do século XVIII chamado Bento Coelho da Silveira.
Os nossos azulejos são do último quartel do séc. XVIII, um século que marcou a evolução do azulejo. “Embora a origem do azulejo não seja portuguesa, em nenhum outro país do continente europeu este material recebeu um tratamento tão expressivo e original, bem adaptado aos vários condicionalismos económicos, sociais e culturais específicos, nem foi utilizado de maneira tão complexa e dilatada, com fins que transcendem largamente um mero papel decorativo, como em Portugal” (José Meco “O Azulejo em Portugal2).
Ao longo de todo o séc. XVIII desenvolveram-se vários estilos de azulejos. Na parte final, difundiu-se o estilo neoclássico sucedendo ao rocócó da 1ª parte do reinado de D. Maria I, do qual por vezes é difícil distinguir. O estilo neoclássico caracteriza-se pela linha recta nas molduras, painéis figurativos em azul sobre fundo branco com enquadramentos arquitectónicos de forma clássica com efeitos marmóreos e decorações policromadas: dedicadas grinaldas e sugestões de tecido envolvente. Os nossos azulejos deviam ter sido produzidos na famosa Fábrica do Rato fundada pelo Marquês Pombal e que teve grandes mestres de azulejaria. Entre eles conta-se Francisco Jorge Costa que aplicou e desenvolveu o estilo neoclássico e teria sido ele ou algum dos seus discípulos o autor dos nossos azulejos.